Por que investir em coletivos?
Com tantas demandas urgentes em lugares onde as políticas públicas são ineficazes, vemos no Brasil muita gente tomar a iniciativa de se mobilizar para levar um apoio a quem precisa. Essas pessoas se unem de uma maneira informal em prol do bem comum e formam grupos, os chamados coletivos, que podem atuar em diferentes causas.
Espalhados na imensidão do país, muitos coletivos realizam projetos pequenos no aspecto financeiro, mas grandiosos no impacto e fazem a diferença para as comunidades onde atuam, exercendo um papel de catalisador social.
Por isso, é importante identificar esses grupos que atuam fora do radar dos filantropos, da mídia e de corporações que possivelmente poderiam ajudá-los. São seus integrantes que conhecem o território local e as questões prioritárias, que se conectam profundamente com a comunidade e que agem com dedicação, amor e eficiência. Eles chegam à “ponta” da cadeia, o que é o objetivo da filantropia.
Levar a esses coletivos um suporte, não só financeiro como de expertise, pode significar destravar processos, testar novos modelos e trazer inovação para o setor. Além disso, as novas lideranças que estão se destacando podem se capacitar.
Ao crescer e se estruturar, o grupo também pode dar um novo passo e virar uma organização da sociedade civil legalmente instituída. Nesse novo formato, por exemplo, poderá ser ampliada a captação de recursos e, assim, elevar o impacto social a outros patamares. Em muitos casos, o coletivo pode representar uma fase embrionária de uma OSC.
O Movimento Bem Maior também atua apoiando coletivos. Desde o primeiro edital do programa Futuro Bem Maior, lançado em 2019, aceitamos também a participação de coletivos, justamente por entender a importância que o investimento social tem para alavancar os processos de gestão, alcance das ações e o fortalecimento institucional dessas iniciativas.
Na época, foram selecionados 50 participantes no total (entre mais de 2 mil inscritos) para receber apoio ao longo de 12 meses. Depois desse período, a avaliação feita, de maneira geral, foi a de que a parceria provocou três tipos de impacto: para os beneficiários diretos e indiretos, para as organizações e coletivos e para as comunidades onde atuam.
O Futuro Bem Maior hoje está em sua terceira edição, e seus 30 participantes possuem acesso a um programa que tem em seu conteúdo: capacitação, apoio de R$ 70 mil, acompanhamento do projeto, oportunidade de parcerias estratégicas e rodas de conversa.
Ao trabalhar em redes, somos mais fortes. Caminhar juntos é a melhor opção para promover uma transformação social que se inicia na base e que esperamos se multiplique e torne o Brasil um país mais justo para se viver.