A importância do Dia de Doar
Em um grande movimento para festejar e estimular a generosidade, o Dia de Doar de 2021 vai ser comemorado em 30 de novembro em cerca de 80 países. Trata-se de um convite para a celebração da ação de fazer o bem e para espalhar a cultura da doação pelo mundo.
A generosidade radical representa um conceito de que o sofrimento dos outros seja encarado como intolerável, identificando-se com o problema por meio da empatia. Também incentiva cada um a ajudar, da maneira que for possível, a fazer a sua parte para que mudanças sistêmicas sejam feitas. O mote ‘doar muda mundos’ evidencia o poder transformador do gesto. Se não é possível abraçar o planeta inteiro, dá para apoiar pequenas mudanças, seja na vida de alguém, em comunidades ou em apoio a uma causa.
A transformação ganha muita força quando a doação vira um hábito dentro sociedade. Evidentemente, não há uma data específica para doar, mas esse assunto, ao ‘ganhar’ um dia especial de celebração, passa a ser mais comentado e tende a gerar um maior engajamento. O Dia de Doar pode seguir um caminho semelhante ao do Orgulho LGBTQIA+, festejado internacionalmente em 28 de junho. O movimento, que marca a luta pelos direitos dessa comunidade, cresceu bastante ao longo dos anos e os eventos não ficam restritos a esse dia. Campanhas, paradas e debates importantes são promovidos durante o mês inteiro de junho e também em outras épocas do ano.
A ideia de destinar uma data para incentivar a doação virou realidade nos Estados Unidos em 2012, com o nome de Giving Tuesday (Terça-Feira da Doação). A celebração costuma ocorrer na terça-feira depois do Dia de Ação de Graças. No Brasil, o evento, batizado de Dia de Doar, foi realizado pela primeira vez em 2013 e, no ano seguinte, passou a fazer parte da rede global.
Hoje, o principal apoiador da organização sem fins lucrativos da Giving Tuesday é a fundação do cofundador da Microsoft Bill Gates e de sua ex-mulher Melinda Gates. Os dois, junto com o megainvestidor Warren Buffett, também promovem a Giving Pledge (Promessa de Doação), um pacto em que os bilionários se comprometem a doar a maior parte de sua riqueza para causas.
Diferentemente dos Estados Unidos, o Brasil não tem uma organização específica para o Dia de Doar. Em vez disso, há uma grande mobilização, liderada pela ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos) e que conta com a parceria do Instituto MOL para a comunicação da campanha. As atividades, as celebrações e os eventos são feitos pelas próprias ONGs, instituições, projetos, comunidades e empresas. Cada um festeja do seu jeito, dentro de um mesmo movimento — assim como ocorre nas festas juninas e no Carnaval, por exemplo.
No ano passado, os resultados do Dia de Doar no Brasil indicaram que R$ 2 milhões foram arrecadados de maneira online, com o valor médio doado de R$ 75. E isso ocorreu em um duro contexto em que a pandemia da Covid-19 e a severa crise econômica impactaram negativamente na prática da doação por parte das pessoas físicas em comparação a 2015 (conforme mostrou a Pesquisa Doação Brasil, do IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social).
Para ajudar os interessados em participar da campanha deste ano, um site especial está no ar: diadedoar.org.br. Lá, há textos informativos, modelos de arte e vários materiais que podem ser baixados para auxiliar o desenvolvimento e a divulgação das atividades. Qualquer pessoa pode se unir a essa corrente do bem.
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